PALESTRA ABORDA UVEÍTES E ENDOFTALMITES: ENTENDENDO O QUE É E COMO SE TRATA.
15 de Maio 2019
Na ocasião estiveram presentes oftalmologistas da cidade de Vitória da Conquista e região, bem como os residentes do Programa de residência médica oftalmológica do CEOQ.
Na última sexta, 10, aconteceu no auditório do CEOQ Day Hospital mais uma palestra para abordar assuntos referentes ao universo da oftalmologia, patologias, prevenção, tratamento e avanços tecnológicos na especialidade. Dessa vez com o tema “Uveítes, Endoftalmites e antibióticos em oftalmologia – Aspectos práticos”, que trouxe como preceptor o professor Dr. Luiz Carlos Molinari, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente da Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO). O médico trouxe as principais características de cada um dos problemas e debateu sobre quais as melhores maneiras de proceder em cada caso a partir das suas especificidades.
A uveíte é uma doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coroide), o nome vem do latim “uva” e se dá pelo formato circular da estrutura. Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo óptico e a retina. Dr. Luiz explica que a doença se dá por diversas causas: infecciosas, parasitárias, por bactérias, fungos e vem também como consequência de doenças autoimunes, além de ser causadas por traumas no olho.
De acordo com o médico, o tratamento da uveíte vai depender da sua origem e pode ser necessário associar a indicação de antibióticos, antivirais ou antifúngicos ao uso tópico de colírios específicos. O profissional alerta a necessidade de um diagnóstico preciso, feito por um oftalmologista que vai prescrever a medicação correta para o caso: “essa brincadeira de pinga um colírio, o olho ficou branquinho e acabou, não pode. As uveítes são temidas, elas são causadoras até de cegueira e você deve se preocupar com elas”.
Já as endoftalmites são infecções dentro do olho, sendo assim um tipo de uveíte. A doença é mais recorrente e os pacientes geralmente aparecem na urgência com dor, olho inchado, vermelho e sem conseguir enxergar. O problema normalmente se dá por traumas, seja acidentes domésticos ou intercorrências cirúrgicas. É necessária uma ultrassonografia para identificar infecções ou descolamento de retina. Pacientes internados, diabéticos, renais crônicos são grupo de risco para essa enfermidade.
Segundo o Dr. Molinari, a doença é muito comum e temida nas cirurgias do olho do tipo catarata. Na maioria dos casos ocorre tudo bem, mas em alguns, se o paciente fizer parte deste grupo de risco aumentado, ou por falta de cuidado no pós-operatório, ele pode vir a ter a infecção. O médico explica que o tratamento geralmente é feito através de injeções de antibióticos no próprio olho e que deve ser tratado de maneira imediata. “Realmente é uma situação de urgência e se você não cuidar e não for atendido a tempo, você pode ficar cego”, salientou.
O palestrante ainda falou sobre a satisfação de estar na cidade pela terceira vez a convite do Centro Oftalmológico Queiroz, com o objetivo de trocar conhecimento com médicos especialistas e residentes: “O CEOQ dá uma importância muito grande ao ensino e isso aprimora o atendimento da clínica, a população ganha com isso e a gente forma profissionais mais competentes”, concluiu Molinari.